Thursday, April 26, 2007

A forma da água

A água está na moda. Para além do que o seu conteúdo em micronutrientes ou pureza, há uma crescente preocupação por parte das empresas na sua embalagem. São exemplos:
Saint-Georges: embalagem desenhada por Philippe Starck, conhecido designer francês, cujo trabalho se concentra no design de acessórios úteis para a casa. Por exemplo, um dos seus trabalhos mais recentes foi um rato para a Microsoft.
Ogo: garrafa em forma de bolha criada por Ito Morabito, designer francês que recebeu um prémio pela criação de uma garrafa em alumínio para a cerveja Heineken. É responsável também por campanhas para a Levi’s ou Adidas, entre muitos outros projectos.
Ty Nant: o material das suas garrafas é o vidro (transparente ou azul) ou o plástico. A nova garrafa “Ice” criada pelo designer industrial galês Ross Lovegrove, trouxe um novo conceito, uma forma assimétrica para lembrar a fluidez da água.
A embalagem da água “TAU”, vencedora de um prémio, é uma garrafa chique e minimalista em vidro transparente, com rótulo branco ou preto.
Voss: a sua garrafa, em forma de cilindro, foi desenhada por um dos designers da Calvin Klein e da Ralph Lauren.
Bling H2O: engarrafada em vidro decorado com cristais da Swarovski. Muito consumida em Hollywood, sendo a preferida de muitos actores e atletas. É a “pop culture” numa garrafa. Mas só para alguns…
Por cá, a conhecida marca de água com gás Pedras Salgadas lançou uma nova embalagem com 0,33 cl, feita num novo material, o PET. É um plástico mais resistente, 100% reciclável e a sua composição química não produz nenhum produto tóxico. Esta embalagem é por isso mais prática, conveniente, leve, resistente e ecológica.

Urbanismo começa a girar em volta do prato...

“As pessoas que têm carros são tão preguiçosas, que não querem sair deles para comer”, disse Jesse G. Kirby, o fundador de uma das primeiras cadeias de restaurantes drive-in. A cultura do automóvel inspirou grandes mudanças na cultura alimentar americana.
Hoje em dia, os especialistas defendem que os centros urbanos e residenciais devem ser desenhados para que as pessoas se desloquem sem os seus carros.
Este paradoxo é o resultado do crescimento de uma sociedade onde virtualmente tudo, nos últimos 100 anos, foi feito para “engordar as pessoas”.
A tentativa agora é “emagrecer as pessoas”, oferecendo-lhes meios para um estilo de vida saudável.
O “novo urbanismo” favorece um estilo de vida activo. E porque fora do prato, o urbanismo começa a girar em volta do prato, hoje escrevemos um pouco sobre o exemplo de Denver.
Denver Stapleton é um inovador exemplo, onde se aliaram o planeamento e a promoção da actividade física e de hábitos saudáveis. Um território novo construído num antigo aeroporto. Um misto de lojas, escritórios, parques e zonas verdas, prédios e residências ligados por extensas calçadas e ciclo vias.

Monday, April 23, 2007

Azul: supressor do apetite?


A cor azul é apontada como um supressor do apetite. Vários planos de perda de peso sugerem que se coloque a comida num prato azul. Melhor ainda sugerem colocar uma luz azul no frigorífico e ver o apetite a desaparecer… outra dica é tingir a comida de azul! Comida esta que fica ainda menos apetecível se juntarmos um pouco de preto.
Raramente ocorre na natureza comida azul. Não há vegetais folhosos de cor azul, nem carne azul, e excepto arandos e uma espécie de batatas azul-arroxeadas do Perú, o azul não existe como uma cor natural dos alimentos. Consequentemente, não temos uma resposta automática no que respeita ao apetite para o azul. Para além disso, a nossa natureza primária evita alimentos que são venenosos. Azul, púrpura e preto são cores “de alarme” características dos alimentos potencialmente letais.

A cor afecta o paladar e o cheiro. Como?

Esta questão pertence à condição conhecida como sinestesia, que descreve de que forma os nossos sentidos trabalham em conjunto. Ver uma cor pode invocar outras sensações, como o cheiro ou o paladar. Por exemplo, a cor verde pode invocar o cheiro da erva, a cor amarelo limão um gosto amargo. Isto compreende-se pelo facto de cada sentido ter uma via para o cérebro. Vias essas que são paralelas umas às outras.
Contudo, em algumas situações, ocorre um cross-over entre as diferentes vias. Assim, ver a cor amarelo limão pode invocar sensações de amargura, a cor rosa sensações de doçura. Ver a cor cinzenta pode invocar o cheiro a poluição e a fumo.
Todos nós temos algum grau de sinestesia. No entanto, uma pessoa com um elevado grau de sinestesia, sente os estímulos de forma diferente das outras pessoas. Por exemplo, para ela uma cor pode ter um “sabor”, um som pode ser “sentido” e um alimento pode ser “ouvido”.

A cor dos alimentos




Cor e aceitação de um alimento estão intimamente ligadas. A visualização da comida provoca uma reacção no hipotálamo. Indivíduos aos quais foi sugerido que comessem no escuro referem a falta de um elemento para poderem desfrutar do que estão a comer: o aspecto da comida. O primeiro contacto que temos com os alimentos é o visual. Então, para uma comida ser experimentada há que convencer os olhos. Alguns produtos alimentares falham no mercado não por apresentarem mau sabor, textura ou cheiro mas porque o consumidor não gostou do seu aspecto e por isso nunca os comprou.
As cores têm um significado. O nível de aceitação/rejeição dos alimentos depende, em grande parte, da sua cor, e, é quase universalmente difícil conseguir que um consumidor experimente uma comida azul (apesar de hoje em dia existir no mercado algumas comidas azuis dirigidas para crianças). Verdes, castanhos, vermelhos são mais aceites pelas pessoas, apesar de tal variar com a cultura. Por exemplo os japoneses são conhecidos pelo seu uso de comidas coloridas.

Alimentos No Prato e Fora do Prato?

A alimentação não é só culinária. O primeiro contacto que temos com o alimento é visual, então, o modo como nos são apresentados os alimentos, a sua disposição no prato e a sua cor influenciam a nossa escolha alimentar. Mas não só, a cor do próprio prato, a sua forma, o local onde comemos, o seu design, arquitectura, ruído, luz, a mesa na qual comemos, as cadeiras onde nos sentamos e tantas outras coisas que à primeira vista em nada se parecem relacionar com a alimentação, influenciam, e muito, o que comemos. Por isso criamos este blog, porque sabemos que os olhos também comem, é importante perceber como todos estes aspectos se conjugam e se influenciam na realização de um dos actos mais básicos, o de comer.